As pessoas com Demência podem experienciar dor física pelas mesmas razões que as outras pessoas. Contudo, o declínio da função cerebral e das suas capacidades podem torná-las menos capazes de comunicar aos seus prestadores de cuidados que estão a sentir dor.
Em muitos casos, o idoso, antes de apresentar os primeiros sintomas da DA já apresentava queixas de dores por processos crônicos (artrose, por exemplo) e a DA não faz com que esta queixa seja solucionada, apenas faz com que o paciente tenha dificuldade em relatá-la.
As pessoas com Demência podem ser incapazes de
comunicar a sua dor de forma clara ou de interpretar corretamente os sinais de
dor e transmitir o seu desconforto através de outro comportamento. Nem sempre é
fácil determinar se a pessoa está em sofrimento, pelo que a dor frequentemente
passa despercebida e fica sem tratamento.
Esta situação pode resultar no sub-tratamento
da dor e na diminuição da sua qualidade de vida. No entanto, esta situação é
evitável através da observação dos sinais não-verbais de dor e da prestação de
um tratamento adequado.
A investigação sugere que quando uma pessoa com Demência tem dor, corre o risco de não ser tratada por duas crenças erradas: Primeira, a pessoa com Demência não experiencia dor e Segunda a crença que nada pode ser feito pelas pessoas com Demência.
Os
sinais não-verbais podem incluir:
- Expressões faciais;
- Gestos que indicam sofrimento;
- Resguardar uma parte do corpo ou ter relutância em movimentar-se;
- Gemidos de dor ao movimentar-se;
- Movimentos limitados ou lentos;
- Aumento da frequência cardíaca, pressão arterial ou sudorese;
- Inquietação;
- Choro ou sofrimento;
- Aumento ou diminuição das vocalizações;
- Comportamento social retraído;
- Letargia ou aumento do sono;
- Sono perturbado ou agitado;
- Diminuição do apetite (e diminuição da ingestão nutricional);
- Aumento da confusão;
- Raiva, agressividade, irritabilidade ou agitação